Wednesday, March 21, 2007

Sociopatia, IIHMFDP, e ARDC

Juro que tentei resistir, mas a semelhança entre o Wally e meu ex-namorado é assombrosa. O que seria da vida se não fôssemos capazes de rir da própria desgraça? A prova da semelhança? Aqui.


;)

E já que estamos nessa onda de amargor frente à raça masculina (só os imbecis, veja bem) e à Irmandade Internacional dos Homens Mentirosos Filhos-da-P*ta (IIHFDPM), deixo essa lembrancinha dahmeriana que -- sinceramente -- colocou um sorrisinho maroto no meu rosto durante o dia inteiro.

Ah, o doce gostinho do amargor...

Aliáaaaas...falando em amargor, em homenagem à Nerivea (neo-carioca) vou reviver um dos textos do Tortura #1, clássico da literatura chinelona em xerox. Esse artigo foi escrito originalmente como parte de um projeto fantasma idealizado no finado #iluminatti da braznerd, lá pelos idos de 2002, chamado As Recalcadas Da Capricho (ARDC). A idéia era fazer um grande manifesto anti-capricho. Uma revista para adolescentes que (como nós no passado) não conseguissem realmente se enxergar nas páginas da revista da gatinha. Como o projeto nunca saiu do papel (assim como a maior parte dos projetos em que sou incluída -- coincidência??), acabei aproveitando o texto no primeiro exemplar do Tortura. Enfim, chega de bla-bla-bla. Let's go!

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Sabe aqueles momentos em que você olha pro seu pimponeto e sente um embrulho no estômago digno de Emma Bovary? Ou quando algum crápula adorável te fala que quer dar um tempo e aparece no outro dia de mãozinhas dadas com uma mocréia? Quando seu grande amor do passado (o maior clichê novelístico, toda mulher dá um braço por uma dor-de-cabeça desta espécie) retorna de sua viagem ao exterior, casado, feliz e mais lindo do que nunca? Aqueles momentos em que você deseja subtrair-se do mundo e escovar os dentes deitada para não ter que encarar o espelho do banheiro?

Pois nestes momentos, minha filha, a opção mais eficiente a curto prazo é sentar sua bundinha dolorida em frente ao computador e ler o incrível guia d' AS RECALCADAS DA CAPRICHO para aprender...

...Como Disfarçar o Amargor (sem perder o gostinho do ressentimento)

Bem, você é uma pessoa amarga e teme que toda sua vida vá por água abaixo por causa disso. Seus amigos, fartos de tanto recalque, podem começar a te ignorar, e sua família certamente se sentirá na obrigação de "te ajudar de alguma forma", o que pode ser desastroso. Mas isto não é problema se você souber como disfarçar seu desgosto e ódio pela raça humana seguindo as dicas práticas que ARDC preparou para estas ocasiões, em que o espírito do recalque destrutivo se manifesta.

A primeira coisa a lembrar é que disfarçar o amargor não é curá-lo. É simplesmente fazer com que os outros não percebam sua constante náusea para com as atividades mundanas. Portanto não se prenda a questões profundas, como "...mas eu sou tão triste, e ninguém nota" ou "...estou sozinha no mundo, Jesus". Se você quiser curtir seu amargor com todo o ressentimento e rancor necessário, é preciso se desligar da carência imediata de querer que os outros saibam que você sofre. Não sinta pena de si mesmo.

1. Quando alguma(o) amiga(o) tentar te consolar tecendo elogios e desejando que o seu humor melhore, diga que você está cansada porque trabalhou muito durante a última semana e faça um drink bem forte para ela(e).

2. Na rua ou em lugares públicos, sorria para as pessoas, pressionando bem forte as arcadas superior e inferior, concentrando-se para um holocausto nuclear.

3. Leia livros pessimistas. Se alguém perguntar, diga que você tem uma prova.

4. Vá ao cinema sozinha. Assista filmes de aventura e comédias românticas norte-americanos. Sinta no seu íntimo o quão ridículo é o ser humano e ria das pessoas. Sob hipótese alguma chore durante o filme.

5. Saia à noite, embonecada e maquiada. Volte para casa cedo e sozinha pensando como todos os homens são idiotas. Diga a todo mundo que você encontrou um super-pretendente e teve que sair à francesa (sem querer soar lésbica).

6. Quando notar que as pessoas estão percebendo seu pútrido estado de espírito, diga que o sonho de sua vida é se casar com um bom partido e se tornar uma socialite. Se perguntarem o porque, diga que você quer ajudar as criancinhas.

7. Quando estiver se sentindo muito mal, reúna o maior número possível de amigos solteiros do sexo masculino e vá a um lugar público.

8. Dôe para uma biblioteca todos os seus livros do Vinícius de Morais e esconda os discos da Angela Roro. Vista roupas coloridas e passeie com animais de estimação. Assovie canções enquanto passeia.

9. Mande entregar flores para si mesma durante o horário de trabalho. Pareça surpresa e exclame, diante de seus colegas: "Aquele danadinho! Ele adora fazer isso!"

10. Quando encontrar acidentalmente pessoas "responsabilizáveis" pelo seu amargor (e.g. ex-namorado, atual namorada do ex-namorado, irmã/mãe do ex-namorado, amigo do ex-namorado), não disfarce: cumprimente. Sorria, beije, abrace, pergunte da mãe, e saia andando, com o sorriso trincado no rosto. Espere sair da vista (do indivíduo) para desfazer o sorriso. Se sua cara horrível denunciar a alguém o motivo do amargor, diga que está passando mal porque comeu maionese de sogra.

Se nada disso funcionar, compre um dildo (a.k.a. pau de borracha - apesar de haverem versões em outros materiais). Se não puder, ou tiver vergonha de comprar um, faça sexo com alguém. Pode ser um vizinho, um amigo da família, um desconhecido. O importante é remendar essa sua latinha de recalque e limpar qualquer traço de amargor que possa prejudicar sua imagem. Vai lá minha filha!

M.D.B. (assistente social, agiota e romeira)

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